“O atraso no atendimento telefónico por parte do CODU poderá ter tido uma influência significativa no desfecho final da vítima, após ter ocorrido uma situação de engasgamento”, refere a IGAS em comunicado.


“Ocorreu uma situação de engasgamento, constituindo-se como um fator contributivo relevante para o desenvolvimento de encefalopatia hipóxica, seguida de óbito”, acrescenta.


A IGAS encontrou também “indício disciplinar na atuação de um médico regulador do CODU do Porto”, explicando que este não agiu “de forma diligente e zelosa aquando do acionamento dos meios diferenciados de emergência médica, nomeadamente a Viatura Médica de Emergência e Reanimação” para o transporte entre as urgências de Mogadouro e o Hospital de Bragança.


A entidade adianta que o eventual processo disciplinar ao médico cabe ao INEM, uma vez que o “profissional de saúde em causa detém um contrato individual de trabalho por tempo indeterminado”.


Esta é a terceira vez que a IGAS relaciona uma morte com atrasos no atendimento por parte do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). Os outros casos são os de um homem de 86 anos que morreu em outubro de 2024 em Bragança e o de um homem de 53 anos em Pombal, no início de novembro do mesmo ano.


No total, a IGAS já concluiu os 12 inquéritos relacionados com as mortes registadas durante a greve dos técnicos do INEM às horas extraordinárias, que arrancou em 30 de outubro e foi suspensa a 7 de novembro do ano passado.