A fabricante alemã de sandálias Birkenstock elevou as expectativas para a receita do ano fiscal de 2025 e espera vendas de, pelo menos, dois mil milhões de euros. O reajuste é impulsionado pela procura das suas socas que se tornaram tendência, apesar dos recentes aumentos de preços.

A procura de produtos-tendência, como as sandálias em pele de design ergonómico da Birkenstock, os populares carrinhos de bebé da Bugaboo, bem como as bolsas Tabby da Coach, manteve-se inabalável por parte dos consumidores com rendimentos mais elevados nos Estados Unidos, mesmo com as tarifas e a inflação a pesar nos orçamentos das famílias.

A Birkenstock tem vindo a aumentar os preços para atenuar o impacte da tarifa de 15% imposta por Donald Trump sobre as importações europeias. Por exemplo, as socas Boston em pele de camurça podem atingir os 275 dólares (cerca de 234 euros).

A empresa, cujas acções subiram cerca de 6%, espera agora vendas de pelo menos 2,09 mil milhões de euros, o que implica um crescimento de cerca de 17,5% nas taxas de câmbio constantes em relação ao ano passado. A marca, cotada na bolsa de Nova Iorque, tinha dito anteriormente que esperava um crescimento de receita face a 2024 entre os 15% a 17%.

Pelo menos 520 milhões de euros de vendas deverão ser registados no quarto trimestre, que normalmente termina em Setembro, sinónimo de um crescimento de 18% em relação ao ano anterior para o período de três meses, detalhou a Birkenstock. Contudo, mantém o objectivo de crescimento de 31,3% a 31,8% nos lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização para o ano que termina a 30 de Setembro.

A procura dos produtos ao preço de retalho (sem saldos) contribuiu para um lucro superior ao registado no terceiro trimestre, divulgado em Agosto. A empresa, que fabrica 95% do seu calçado na Alemanha (algum do restante é produzido no Norte de Portugal), também procurou optimizar a eficiência das fábricas e a logística, reduzindo os custos de produção para gerir as consequências das tarifas.




As socas da Birkenstock
Toby Melville/REUTERS

Nesta quinta-feira, a marca anunciou a compra de uma nova unidade de produção perto de Dresden, na Alemanha, por 18 milhões de euros, que vai permitir aumentar a capacidade de fabrico. Prevê-se que a fábrica esteja operacional até ao final de 2027.

No início deste ano, a Birkenstock tentou que o seu calçado passasse a ser protegido como objecto de arte, de forma a evitar as cópias de que são habitualmente alvo, mas Supremo Tribunal da Alemanha não concordou e rejeitou o pedido, justificando que as criações não têm um nível de design ou individualidade que mereça atribuir-lhe direitos de autor.