A Bosch vai despedir 13 mil pessoas até 2030, principalmente na divisão de mobilidade. Em comunicado, a gigante alemã descreve um ambiente económico de pressão e “condições de mercado” desafiantes para a Bosch Mobility.

Os despedimentos têm como objetivo “reduzir os níveis de custos o mais depressa possível”, diz a empresa. Anteriormente, a Bosch já disse ter “uma lacuna de custos anuais de cerca de 2,5 mil milhões de euros” no negócio de mobilidade. Além disso, fala numa “quebra acentuada da procura” no mercado, quando existe “uma significativa capacidade em excesso na administração e vendas, tal como no desenvolvimento e produção”.

Em resposta ao Observador, a empresa diz que “não há qualquer previsão de que as medidas anunciadas hoje afetem a atividade da Bosch em Portugal”. A Alemanha deverá ser o mercado mais afetado por estes despedimentos. Apesar de salientar que o mercado alemão “é e continuará a ser central para a Bosch”, a empresa “tem de se posicionar de forma mais eficiente” para “enfrentar a concorrência dura em todo o mundo”.

O anúncio da Bosch detalha que, na unidade de Feuerbach deverão ser eliminados “3.500 empregos até ao fim de 2030, 1.500 deles na fábrica”. Vão ser afetados trabalhos nas áreas de desenvolvimento, vendas e trabalho administrativo, assim como na divisão de soluções energéticas. Em Schwieberdingen são esperados cortes de 1.750 empregos; em Waiblingen, a empresa pretende encerrar a produção de conectores tecnológicos, que “atualmente emprega 560 pessoas, até ao fim de 2028”.

Em Bühl/Bühlertal, onde a Bosch desenvolve, comercializa e fabrica “drives” de aplicações de baixa voltagem para os fabricantes automóveis europeus, antecipa-se o corte de 1.550 empregos até ao fim de 2020. Em Homburg, deverão ser despedidas cerca de 1.250 pessoas nos próximos cinco anos.

Markus Heyn, membro do conselho de gestão da Robert Bosch e chairman do negócio de mobilidade afirma que “os desenvolvimentos geopolíticos e as barreiras de comércio como as tarifas levaram a uma considerável incerteza”. “E isto é algo com que nós, tal como todas as empresas, temos de lidar.” A Bosch antecipa “uma concorrência ainda mais intensa” no mercado.