A Galeria Graça Brandão, em Lisboa, recebe a partir desta sexta-feira, 26 de setembro, duas exposições que marcam, cada uma à sua maneira, o presente, o futuro e a memória da arte contemporânea portuguesa. No piso superior do espaço, uma mostra em homenagem a Maria José Palla, fotógrafa e académica falecida no passado mês de julho, dá continuidade a um projeto que estava já em preparação antes da sua morte.

Já no piso inferior, o escultor lisboeta Francisco Figueiredo Lopes, de 27 anos, apresenta Duplo Impulso, conjunto de obras recentes que exploram as tensões entre criação e destruição. A inauguração em dose dupla na galeria é uma das características da casa: José Mário Brandão, responsável pela curadoria e pela programação da galeria, vê nesse encontro expositivo e geracional um dos eixos fundamentais do trabalho que desenvolve há anos.

A ideia é colocar lado a lado artistas consagrados e emergentes, permitindo que públicos distintos se cruzem e descubram novas linguagens.

“A minha pretensão não é fazer propriamente um diálogo entre as obras dos dois artistas. A proposta é de dar visibilidade a um jovem, no caso o Francisco, ao mesmo tempo que também é exposto o trabalho de uma artista consagrada, como é o caso da Maria José Palla, uma referência na fotografia portuguesa. Ou seja: isso dá possibilidade a dois públicos diferentes terem acesso a dois trabalhos de tempos e estilos distintos“, explica o galerista em entrevista ao Diário de Notícias.