“A maneira como vemos o mundo pode mudar em alguns centésimos de segundo. Esse é o tempo que um fotógrafo da Reuters leva para expor um sensor da câmara a um evento histórico, criando uma imagem que será vista por milhões”, testemunha a agência Reuters, que ao longo de quatro décadas vem publicando imagens captadas por dezenas de fotojornalistas.


Exigência do olhar


A agência descreve que “a fotografia de notícias é uma das formas mais poderosas e competitivas do jornalismo”.


Depende sobretudo do instinto do fotógrafo e do impulso do seu olhar para registar o momento.


A característica criativa também não deve ficar para trás. O talento e capacidade de compor um quadro e trabalhar com luz, cores e formas e criar empatia “é uma obrigação”.


Minoria Rohingya. Mohammed Shoaib, de 7 anos, atingido a tiro no torax, 2017, Myanmar | Adnan Abidi – Reuters


A imagem cria ainda mais impacto “se traduzir um sentimento” sublinha a agência.


Mudança de ritmo mas a mesma missão

Há quarenta anos, os profissionais da Reuters usavam câmaras mecânicas e mergulhavam as películas em banhos químicos para chegar à fotografia impressa. 


Atualmente, a tecnologia digital permite que as fotos sejam enviadas diretamente da máquina para milhões de pessoas em segundos e para todas as partes do mundo.


No entanto, se a tecnologia alterou o processo de difusão da imagem, a agência realça o que não mudou: “O compromisso com a verdade, consagrado nos Princípios de Confiança da Thomson Reuters, que exigem integridade, independência e liberdade de preconceito”


Em Gaza, mãe abraça filho de 5 anos morto nos bombardeamentos israelitas | Mohammed Salem – Reuters


“A Reuters Pictures estabeleceu consistentemente o padrão para o fotojornalismo, combinando inovação com integridade por quatro décadas”, sublinhou a chefe de recursos visuais da Reuters, Joanna Webster.

Homenagem aos fotojornalistas

O livro agora publicado – “In the Moment” -, para além de homenagear os profissionais da imagem, é também um testemunho dos perigos que enfrentam, as dificuldades superadas, as decisões de fração de segundo que tomam uma imagem de notícias poderosa, tudo em nome de um jornalismo livre, exalta a agência.



“O nosso 40.º aniversário é um testemunho da dedicação e do talento dos nossos fotojornalistas, que se comprometem com esse importante trabalho enquanto muitas vezes enfrentam as circunstâncias mais desafiadoras
“, acrescentou Webster.


Entre o reconhecimento dos Prémios Pulitzer e da World Press Photo ao longo destes quarenta anos, a agência de notícias relembra que muitos profissionais perderam a vida quando tentavam garantir a melhor cobertura dos acontecimentos.


Chegada de ajuda humanitária, Paquistão, 2010 | Adrees Latif – Reuters


“Em alguns casos, colegas pagaram com a vida quando procuravam algo que não é nem um emprego, nem profissão ou ofício, é um chamamento”.


Estamos imensamente orgulhosos do que nossos fotógrafos alcançaram nas últimas quatro décadas. Eles estarão lá nas próximas décadas, contando as histórias mais importantes sem medo, com determinação e tenacidade”, reitera a agência.

Fundada em 1985 como a primeira rede de transmissão de imagens digitais do mundo, a Reuters Pictures reclama para si um lugar de topo no que toca ao registo e difusão de imagens icónicas que vão desde cenários de guerra, entretenimento e desporto. Hoje, os fotojornalistas da Reuters entregam mais de um milhão e meio de fotos por ano e “são conhecidos por serem os primeiros a entrar em cena para documentar eventos de notícias históricas em tempo real”, afirma a agência. O livro de fotografia “In the Moment”, comemorativo dos 40 anos do fotojornalismo da Reuters, homenageia a “dedicação, determinação e tenacidade” dos profissionais que andam no terreno e é lançado esta quinta-feira, 25 de setembro, no Reino Unido e a 14 de outubro, nos EUA.