Na posição de maior banda de metal brasileira a nível global, o Sepultura influenciou muitos artistas e grupos dentro e fora do nosso país. Todavia, quando Max Cavalera e Iggor Cavalera ainda estavam começando, em Belo Horizonte, os irmãos Cavalera se inspiraram bastante em um nome nacional. E, não, não se trata do lendário Sarcófago.
Em entrevista à Guitar World, Max citou a também icônica Dorsal Atlântica como referência definitiva na criação do Sepultura. A banda de thrash metal/hardcore do Rio de Janeiro foi seminal para a sonoridade que o grupo dos irmãos iria adotar desde seu início.
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O cantor e guitarrista disse:
“Eles eram realmente agressivos e meio que soavam como o Venom. Tanto que virei para o Iggor e disse: ‘Ei, esses filhos da p**a são do Brasil. Se eles podem fazer isso, nós podemos também’.”
Capitaneada pelo vocalista e guitarrista Carlos “Vândalo” Lopes, a Dorsal Atlântica serviu como guia para várias das principais bandas da história do metal nacional surgidas na década de 1980. No caso do Sepultura, não se trata de uma novidade: em sua autobiografia, “My Bloody Roots”, Max citou nominalmente a banda como decisiva para a fundação do grupo junto a Iggor.
Sobre a Dorsal Atlântica
Formada no Rio de Janeiro em 1981, a Dorsal Atlântica esteve entre as pioneiras do heavy metal no Brasil. Em sua primeira fase, seis discos foram lançados: “Antes do Fim” (1986), “Dividir e Conquistar” (1988), “Searching for the Light” (1990) “Musical Guide from Stellium” (1992), “Alea Jacta Est” (1994) e “Straight” (1996)
As atividades se encerraram em 2001, mas uma retomada ocorreu em 2012. Desde então, saíram mais quatro álbuns – “2012” (2012), “Imperium” (2014), “Canudos” (2017) e “Pandemia” (2021). A volta aos palcos só aconteceu em 2022.
Atualmente, o grupo realiza uma campanha de financiamento coletivo para viabilizar sue próximo álbum: “Misere Nobilis”. Ao todo, foram arrecadados R$ 9,9 mil da meta de R$ 70 mil através do site Catarse.
Apesar do pioneirismo, Carlos Lopes é um crítico do metal no Brasil e liga suas raízes ao movimento Tropicalista. Em 2022, ao jornal O Globo, Vândalo declarou:
“Quando a banda grava um disco novo, na verdade não é um disco novo, é o mesmo de antes. Percebi que as pessoas não gostam de mudança na música pesada. O que é até compreensível para um cara de 50 anos… mas para um garoto de 15? Não mesmo! Não me sinto assim, a minha linha vem do Tropicalismo.”
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