Estamos nos estúdios da Plural, em Bucelas, é princípio da tarde, Alexandra chega acelerada à sala onde a esperamos. Saiu de casa às sete, passou a manhã a gravar cenas para a nova novela da TVI, tudo atrasou, tem o tempo contado antes de regressar ao plateau. Traz a roupa da personagem vestida, não houve margem para se mudar, está maquilhada, o cabelo esticado, continua a usar lentes de contacto de cor azul. Queixa-se da secura dos olhos, “é mais uma coisa da idade”. E confidencia recorrer a “piquinhas” de ácido hialurónico e botox no rosto, talvez um dia ganhe coragem para um lifting ao pescoço. A visível elegância é obra de uma dieta em nome da saúde, largou até o copo de vinho às refeições. Fumar mantém-se uma intermitência, deixou, mas não promete que não vá voltar. A conversa é desarrumada, genuína, às vezes imprevisível e emotiva, guiada ao ritmo da atriz que conquistou o lugar de rainha das telenovelas. Se pudesse, continuaria a falar horas a fio. Muito ficou por dizer, palavras dela.
Perguntou, à chegada, o porquê de uma entrevista a propósito dos seus 60 anos. Não sente que é um marco?
Na verdade, já senti os 60 no ano passado, porque o meu pai – que morreu há pouco tempo, demasiado pouco tempo, ainda não fiz as pazes com a ideia, nem sei se algum dia vou fazer – dizia que quando completávamos os 59, iniciávamos os 60. Portanto, sinto-me com 60 desde o ano passado. Essa questão de ser um marco aconteceu-me muito mais aos 50 do que agora.
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