Prazisss / Depositphotos

Por estarem mortas numa gruta húmida, chitas mortas há milhares de anos transformaram-se em múmias, sem recurso a nenhum processo.

Foram descobertos restos mumificados de sete chitas, alguns datados de milhares de anos, em grutas na Arábia Saudita. Até agora, nunca tinham sido encontrados quaisquer felinos mumificados naturalmente, ressalta a New Scientist.

Juntamente com estes 7 corpos, estavam ainda restos ósseos de outras 54 chitas (a maior parte na mesma gruta que as múmias), animal que sofreu um declínio populacional ao longo do tempo.

“As descobertas são verdadeiramente notáveis“, afirma Anne Schmidt-Küntzel, do Cheetah Conservation Fund, na Namíbia. “Por si só, a mumificação de um felino não é totalmente surpreendente, mas trata-se de uma primeira vez e, por isso, de uma descoberta muito importante”.

“As condições relativamente constantes de temperatura e baixa humidade das grutas terão favorecido o processo de mumificação”, explicam os investigadores.

Não é claro porque motivo os animais estavam nas grutas, já que não é conhecido que as chitas as utilizem como tocas ou para armazenar carcaças. Mas foi o facto de terem morrido nelas, num ambiente húmido, que possibilitou que se tornassem múmias naturalmente.

Os resultados do estudo publicado na Research Square este mês mostraram que o indivíduo mais recentemente mumificado estava geneticamente mais próximo da subespécie asiática, mas a análise de duas amostras mais antigas, datadas de há 3000 e 4000 anos, revelou semelhanças com a subespécie do noroeste africano.

E a descoberta acabou mesmo por sugerir uma inovação na preservação da espécie: Schmidt-Küntzel afirma quea nova investigação reforça a ideia de que todas as subespécies de chita se podem adaptar às mesmas condições áridas, pelo que a espécie poderia ser reintroduzida na região a partir da reprodução em cativeiro de exemplares africanos.


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