O ciclone tropical Gabrielle que atinge os Açores deixou de ser um furacão de categoria 1 e passou a ser uma depressão pós-tropical. Aviso vermelho para chuva e vento forte mantém-se esta manhã

A tempestade Gabrielle já provocou 59 ocorrências nos Açores. O Faial é a ilha mais afetada, com 22 ocorrências, seguida por São Jorge com 10 ocorrências. Trata-se sobretudo de quedas de árvores, quedas de postes e danos numa cobertura. Até agora, não há vítimas a registar, mas quatro pessoas tiveram de ser realojadas no Faial e na Graciosa.

O Gabrielle é agora uma tempestade pós tropical, mas o alerta é máximo, até porque a tempestade ainda vai passar pelos Açores com a força de furacão.

O ciclone tropical Gabrielle que atinge os Açores deixou de ser um furacão de categoria 1 e passou a ser uma depressão pós-tropical, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“O que até agora era denominado furacão Gabrielle, perdeu algumas das suas características que o denominavam furacão. Neste momento, a melhor designação que se aplica é um ciclone pós-tropical”, disse à agência Lusa já esta madrugada a meteorologista Tânia Viegas, da Delegação Regional dos Açores do IPMA, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Contudo, acrescentou, “isto não significa necessariamente – e é o que é válido neste caso -, que tenha perdido intensidade ou que as rajadas de vento passem a ser menores”.

Maior rajada de vento foi de 123/quilómetros por hora

A maior rajada de vento registada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera desde que a tempestade pós-tropical Gabrielle começou a atingir o arquipélago dos Açores, na noite de quinta-feira, foi de 123 quilómetros/hora, no Faial.

“Em termos de vento, a ilha que tem registado rajadas mais intensas é o Faial. A rajada máxima foi registada às 02:10 locais [mais uma hora em Lisboa] e foi de 123 quilómetros por hora”, disse à agência Lusa, num ponto de situação pelas 03:00 locais, a meteorologista Rita Mota, da Delegação Regional dos Açores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Já quanto a precipitação, adiantou, os maiores valores acumulados “têm sido registados na ilha Graciosa”.

“Até ao momento, o valor máximo acumulado numa hora é de 21 milímetros, e foi registado entre as 01:00 e as 02:00”, revelou.

Ainda relativamente à precipitação, Rita Mota referiu que as ilhas do Faial e do Pico “já estão com um pouco menos”, contudo, em relação ao vento, as populações “ainda deverão estar atentas às indicações que têm sido veiculadas pelo Serviço de Proteção Civil”.

“Em termos de precipitação, as ilhas mais a norte no grupo Central [Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge] têm que ter algum cuidado, especialmente Graciosa e Terceira. Depois, entre as 06:00 e as 09:00, o vento deverá começar a desintensificar nas ilhas de Faial, Pico e São Jorge e intensificar um pouco mais na Graciosa e Terceira”, adiantou.

Quanto ao grupo Ocidental (ilhas das Flores e Corvo), “devido ao ajuste da trajetória mais para Sul Sueste, acabou por não ser tão afetado” pelo vento.

“Tem tido alguns períodos de precipitação pontualmente mais intensa mas, para já, não tem passado disso e, ao longo das próximas horas, deverá começar a registar uma melhoria”, acrescentou.

O grupo Central terá, durante a madrugada e início da manhã, “algumas cautelas”, tudo indicando que também ao início da manhã, as ilhas mais a Oeste, já registem “uma melhoria”, a começar por Faial e Pico, seguindo-se Graciosa e Terceira.

Rita Mota admitiu, ainda, que, até às 09:00 locais, as preocupações devem manter-se, “em especial no grupo Central”.

“Não é de se descurar também, ainda durante o início da manhã, entre as 06:00 e as 09:00, que possa haver um ligeiro aumento da intensidade do vento também no grupo Oriental [São Miguel e Santa Maria], e em especial na ilha de São Miguel”, acrescentou.

O ciclone tropical Gabrielle começou a atingir os Açores pelas 22:00 locais de quinta-feira. O Governo Regional declarou situação de alerta até às 18:00 de sexta-feira, nos grupos Central e Ocidental, proibindo determinadas atividades.

Nestas ilhas, foram também encerrados serviços públicos não urgentes e essenciais, incluindo escolas.