O comentador da TVI não compreende a discussão em torno da “renda moderada” de 2.300 euros anunciada pelo Governo, lembrando que este é “um preço de referência” e que está de acordo com os preços médios do mercado

Miguel Sousa Tavares aplaude as medidas do Governo destinadas à habitação e considera que se gerou uma discussão sem sentido em torno da “renda moderada” estabelecida pelo Governo como teto máximo para atribuir benefícios fiscais.

“É melhor que o plano que o PS apresentou em tempos, com Pedro Nuno Santos”, observa o comentador, na rubrica 5.ª Coluna do Jornal Nacional da TVI, referindo-se ao novo pacote de medidas aprovadas em Conselho de Ministros, como a redução para 10% do IRS para proprietários com contratos de arrendamento até 2.300 euros e a dedução à coleta de 15% até ao máximo de 900 euros em 2026, e 1.000 euros em 2027, para arrendatários.

“É bom que o governo se disponha a abrir mão de receita fiscal para tentar incentivar este setor da economia, porque cada vez que o Governo baixa impostos há mais dinheiro a circular na economia para que as pessoas o invistam”, afirma Miguel Sousa Tavares.

A definição do valor de 2.300 como “renda moderada” está a gerar, contudo, “uma discussão que não tem grande sentido”, na perspetiva do comentador. “O Governo estabeleceu um limite máximo, não é um preço de referência”, explica.

 “Vão aos sites de imobiliário e vejam se conseguem arrendar em Lisboa um T2 ou um T3 por menos que isso”, recomenda aos críticos que manifestam estupefação com a renda moderada de 2.300 euros.

Ao estabelecer este valor como limite para se usufruir dos benefícios fiscais, Miguel Sousa Tavares acredita que o Governo está a “proteger a classe média”, como se tem vindo a apelar.

Agora, continua, “se isso vai funcionar ou não, se os arrendatários e proprietários vão pegar nisto para fazer um preço de referência e param aí ou se isto vai estimular mais a especulação, essa é a grande questão”.