A China prepara-se para inaugurar no domingo, dia 28 de setembro, na província de Guizhou, sudoeste do país, aquela que se irá tornar a ponte suspensa mais alta do mundo, 625 metros acima do leito do rio.

O início da construção teve lugar em 2022 e colocou uma série de desafios de engenharia, já que o trabalho realizado sobre o Grande Desfiladeiro de Huajiang, cujo vale é conhecido como a “fenda do mundo” devido à sua profundidade. Os fortes ventos que sopram na região e as complexas condições geológicas da zona foram também adversários.

Segundo o Governo da província de Guizhou o uso das mais modernas tecnologias foi uma preciosa ferramenta para completar a obra. A equip recorreu ao O Sistema de Navegação por Satélite BeiDou para assistência na construção, o auxílio de drones e modelagem BIM para visualização tridimensional, entre outros. No final, os engenheiros responsáveis registaram 21 patentes associadas aos avanços técnicos desenvolvidos para concluir o projeto.

Além da elevação de 625 metros, a nova ponte será também a mais longa do mundo construída em região montanhosa, com um total de 2,89 quilómetros. O vão principal, com 1420 metros de comprimento, é composto por 93 vigas de aço com um peso total estimado em 22.000 toneladas – três vezes o peso da Torre Eiffel.

A estrutura ultrapassa em 60 metros a anterior recordista mundial – a ponte de Duge, também na província de Guizhou – e aproxima-se dos 632 metros da Shanghai Tower, o edifício mais alto da China. Segundo o jornal South China Morning Post, Guizhou alberga quase metade das cem pontes mais altas do mundo, devido à sua geografia montanhosa. Apenas três das cinquenta mais elevadas estão fora da China, todas acima dos 300 metros de altura.

A ponte abrirá ao tráfego domingo, dia 28 de setembro, reduzindo de duas horas para apenas alguns minutos o tempo necessário para atravessar o vale, e faz parte do esforço da China em expandir a sua malha de infraestruturas em regiões interiores e montanhosas, facilitando a mobilidade e promovendo o desenvolvimento económico em zonas remotas.

com Lusa