O bairro dos Anjos é um dos bairros mais cool do mundo. Quem o diz é a Time Out, que reuniu a sua rede global de especialistas locais para elaborar o já habitual ranking que classifica as zonas mais animadas das cidades.
Os Anjos estão no 12.º lugar da classificação, que é liderada por Jimbōchō, em Tóquio, Japão; seguido de Borgerhout, em Antuérpia, Bélgica; e Barra Funda, em São Paulo, no Brasil. O top 5 fica completo com Camberwell, em Londres, Inglaterra; e Avondale, em Chicago, nos EUA.
Como se pode ler na Time Out, cultura, comunidade, qualidade de vida, comida, bebida, vida nocturna, vida de rua e “aquela sensação difícil de definir de ‘actualidade’” foram os critérios analisados.
A publicação garante que, na lista deste ano, se encontra de tudo, desde zonas “rústicas com comunidades unidas a centros urbanos revitalizados e áreas industriais anteriormente inactivas transformadas em distritos criativos”. Locais subestimados que ficam, normalmente, à sombra de outros mais conhecidos e bairros que se tornaram referências gastronómicas ou que atraem artistas, escritores e activistas também integram o ranking. Em comum, todos têm “o espírito ‘faça você mesmo’ — e uma propensão inabalável para a criatividade e a diversão”.
A Time Out Portugal, que seleccionou os Anjos, defende a sua escolha, afirmando que o bairro “está mais movimentado do que nunca” e é “povoado por lisboetas de gema e por vizinhos recém-chegados”. A publicação portuguesa considera que a Rua do Forno do Tijolo continua a ser o coração pulsante do bairro, mas destaca a crescente vida do Largo de Santa Bárbara, “onde já chegaram as modas dos smash burgers e dos vinhos naturais”. A gastronomia é um dos pontos fortes do bairro com bares e restaurantes cuja oferta vai dos petiscos à cozinha de fusão, das pizzas ao café de especialidade, sem esquecer as sanduíches.
Os outros bairros
Jimbōchō, o bairro que lidera a lista, é referido como um “paraíso para bibliófilos”, em Tóquio. Alberga cerca de 130 alfarrabistas, que partilham os seus edifícios com cafés e restaurantes de caril tradicional e várias livrarias independentes. Uma nova geração de discotecas intimistas também está a surgir neste bairro no qual passado e o presente convivem lado a lado.
Em Jimbocho, em Tóquio, existem 130 albarrobistas
Unsplash/Fumiaki Hayashi
Em segundo lugar está Borgerhout, em Antuérpia, que é designado pela Time Out como o “coração criativo” da cidade. A revista recomenda planear a visita para coincidir com a celebração Borger Nocturne, que mantém as galerias abertas até tarde e dá vida ao bairro apelidado pelos seus habitantes de “BoHo”. Esta celebração realiza-se quatro vezes por ano e o próximo está agendado para 31 de Outubro. A publicação destaca ainda a multiculturalidade, afirmando que mercearias turcas e marroquinas misturam-se com cafetarias veganas e restaurantes geridos por artistas.
No bairro, o Borger Nocturne é um evento onde as galerias estão abertas até tarde
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A terceira posição é ocupada por Barra Funda, em São Paulo, onde “a história industrial se encontra com uma vibração inegavelmente cool e criativa”. Antigos armazéns são agora casa de estúdios, cafés e também palco para festas. A Time Out realça também os restaurantes, as lojas, as galerias de arte como a Mendes Wood e os cocktails do novo Água e Biscoito.
Em tempos, o bairro de Barra Funda, em São Paulo, acolheu a imigração italiana
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Camberwell, no sudeste de Londres, encontra-se no quarto posto. Aqui, a Time Out realça a “vibração jovem, espírito independente e multiculturalidade”. É um dos bairros londrinos com uma cena gastronómica inovadora e dentro desta, o realce vai para a nova versão do icónico restaurante Silk Road. A não perder também a South London Gallery, que está a acolher “o melhor do acervo do museu da Cidade do México”.
O bairro de Camberwell fica em Londres
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A fechar o top cinco está Avondale, em Chicago. Este bairro distingue-se pelos seus bares de vinho, estúdios de bem-estar e salas de música. Tem ainda um lado operário muito marcado e os pequenos negócios peculiares como o bowling retro Avondale Bowl ou os vendedores de salsichas polacas também são obrigatórios. A revista elogia ainda “a sua estrutura industrial em armazéns de tijolos vermelhos e, ocasionalmente, chaminés ou torres a cortar o céu”, arquitectura que lhe dá o nome de Bricktown.
O Avondale Bowl destaca-se, no bairro que lhe dá nome
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