A Aliança Atlântica agitou, na última semana, a ameaça de uma reação “firme” a atos “imprudentes” atribuídos à Rússia, designadamente a violação de espaços aéreos, entre os quais os céus polacos ou da Estónia.Na Polónia foram detetados múltiplos drones e a Estónia foi sobrevoada por três caças russos Mig-31. J

Já este domingo as autoridades polacas encerraram parte do espaço aéreo a sudeste da capital Varsóvia, devido a atividade militar não planeada – as Forças Armadas do país referem ações preventivas, depois de a Rússia ter desencadeado uma prolongada vaga de bombardeamento sobre a Ucrânia.

Nas últimas horas, o presidente da Bielorrússia subiu mais um degrau da retórica belicista, ao afiançar que qualquer ataque protagonizado pela NATO merecerá “resposta imediata”, que vai extravasar o quadro de “uma guerra na Ucrânia”.

“Na hora da verdade, o que abaterão e como? Abaterão aviões bielorrussos no nosso território?”, questionou-se Lukashenko, em declarações citadas pela agência estatal Belta e pela Europa Press.


Apontando que voa frequentemente até à região de Belovezhskaya Pushcha, na linha de fronteira com a Polónia, o chefe de Estado bielorrusso perguntou mesmo se os aliados ocidentais admitiriam “abater o helicóptero do presidente ou algum helicóptero de escolta militar”.


“É suposto ficarmos sentados? É por isso que estas declarações são tão ousadas. Que tentem. Teremos de, Deus nos livre, claro, lutar, como dizem na Rússia, com todas as nossas forças”, insistiu.

“Imediata” ou “decisiva”




As palavras de Alexander Lukashenko são conhecidas um dia depois de o ministro russo dos Negócios Estrangeiros ter tecido um aviso análogo a partir de Nova Iorque, durante o debate geral da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas.


“A Rússia é acusada de quase planear atacar os países da NATO e da União Europeia. O presidente Vladimir Putin tem refutado repetidamente estas preocupações”, começou por evocar Serguei Lavrov.

A Rússia, prosseguiu o veterano chefe da diplomacia de Moscovo, “nunca teve nem tem essas intenções, mas qualquer agressão contra o país terá uma resposta decisiva”.”Não deve haver dúvidas sobre isto entre os países da NATO e da UE”, vincou Lavrov.

O ministro acusaria ainda o Ocidente de “dizer aos seus eleitores que a guerra com a Rússia é inevitável e a forçá-los a apertar o cinto”, quando “falam abertamente sobre ataques a territórios russos”.

Poucas horas antes de a máquina de guerra russa desencadear uma vaga de 12 horas de bombardeamentos em solo ucraniano, atingindo, entre outros alvos, Kiev, Zaporizhia e Sumi, Serguei Lavrov reiterava que Moscovo estava “pronta para discutir garantias de segurança” para o país invadido.

“Até agora, nem Kiev nem os seus patrocinadores europeus parecem ter consciência da gravidade da situação ou estar dispostos a negociar honestamente”, concluiria.

c/ agências