O presidente da Câmara de Nova Iorque, Eric Adams, desistiu da corrida para as eleições autárquicas, abrindo caminho para que a disputa possa ser reduzida ao democrata Zohran Mamdani e o ex-governador Andrew Cuomo.
Nas sondagens que antecedem as eleições de 4 de Novembro, Adams surgia muito atrás de Mamdani e de Cuomo, que concorre como independente. Zohran Mamdani, que foi o candidato mais votado nas primárias democratas para as eleições autárquicas, tem mantido uma vantagem considerável em relação a Cuomo, antigo governador estadual centrista.
Adams estava, aliás, a ter dificuldades para arrecadar fundos para financiar a sua campanha. “Apesar de tudo o que conquistamos, não posso continuar a minha campanha de reeleição”, anunciou Adams numa publicação no X.
Mamdani, um autodenominado socialista democrata, alarmou grande parte da comunidade empresarial de Nova Iorque e alguns membros do Partido Democrata com as suas visões de esquerda. O medo entre os críticos de Mamdani era que Adams e Cuomo dividissem os votos da oposição, dando a Mamdani uma vitória fácil.
Adams disse que ficará no cargo até ao fim do mandato, que termina a 1 de Janeiro de 2026. “Continuarei a lutar por esta cidade”, disse. O antigo capitão da polícia teve um mandato impopular como líder da maior cidade dos Estados Unidos, que é maioritariamente democrata e as sondagens recentes mostraram que a sua reeleição seria muito pouco provável.
Donald Trump, que se pronunciou sobre as “consequências de uma vitória de Mamdani”, sugeriu no início deste mês que Adams desistisse da disputa, mesmo depois de o mayor afirmar que não desistiria.
Num vídeo em que anunciou a sua decisão, Adams pareceu deixar uma crítica a Mamdani. “Uma grande mudança será bem-vinda e necessária, mas cuidado com aqueles que afirmam que a resposta é destruir o próprio sistema que construímos juntos ao longo de gerações”, disse Adams. “Isso não uma é mudança, é o caos.”
Em Setembro de 2024, Adams foi acusado de cinco crimes federais de corrupção e fraude relacionados com o financiamento da sua campanha eleitoral de 2021, um processo que a Administração Trump ordenou que fosse arquivado em Fevereiro deste ano.