A guerra está a entrar numa nova era, marcada pelo uso crescente de drones, navios e veículos autónomos que reduzem a necessidade de expor soldados em primeira linha. A tecnologia militar caminha para cenários onde a inteligência artificial e as plataformas não tripuladas assumem papéis centrais, substituindo a presença humana em missões de alto risco. Este parece ser o caminho e os EUA estão já a pensar nos navios de guerra… autónomos!

Ilustração de um navio de guerra proposto aos EUA

Um novo conceito de embarcação autónoma

Pode assemelhar-se a um catamarã minimalista em alumínio com toques de Cybertruck, mas o Modular Attack Surface Craft (MASC), da BlackSea Technologies, proposto à Marinha dos EUA como navio de guerra autónomo multimissão, tem muito mais do que aparenta.

Baseado no Global Autonomous Reconnaissance Craft (GARC) da empresa, com o qual partilha 75% de elementos comuns, o MASC foi concebido para cumprir ou superar os requisitos da Marinha relativos a Veículos de Superfície Não Tripulados (UAV) de grande e médio porte, definidos no concurso de projetos de julho de 2025.

Isto inclui a utilização da Unmanned Maritime Autonomy Architecture (UMAA) da Marinha, tornando-o um projeto modular de encaixe direto.

O navio BlackSea MASC oferece:

  • 30 480 kg de capacidade de carga e 83 m² de convés aberto
  • 198 kWe de potência elétrica para suportar sensores avançados e sistemas de armas
  • Alcance de 3 000 milhas náuticas a 10 nós e alcance alargado de auto-implantação até 10 000 milhas náuticas
  • Velocidade máxima de 25 nós, permitindo operações rápidas e de longa duração

O resultado é uma espécie de cruzamento entre um catamarã e uma grande plataforma flutuante de pesca, com um convés aberto de 900 pés quadrados (83 m²), capaz de transportar contentores normalizados até 30 toneladas.

Abaixo do convés, a central elétrica fornece 198 kWe para sensores e sistemas de armas – o dobro da capacidade de carga e da potência elétrica de um navio autónomo comparável.

Alcance e capacidades operacionais

Para executar estas missões, o MASC possui dois cascos finos para estabilidade e velocidade.

As duas unidades de propulsão integradas Volvo Penta D8-IPS600 permitem-lhe atingir uma velocidade máxima de 25 nós (46,3 km), uma velocidade de cruzeiro de 10 nós (18,5 km) e um alcance operacional de 3.000 milhas náuticas (5.556 km), com autonomia alargada de autoimplantação de 10.000 milhas náuticas (18.520 km).

A nossa abordagem começa com a missão, não com a plataforma. Concebemos um combatente flexível e modular que pode evoluir com a Frota e ser produzido em escala hoje, não daqui a anos.

Afirmou Todd Greene, Diretor-Adjunto de Tecnologia Avançada da BlackSea