“O presidente foi muito claro: ele quer realmente que Gaza seja controlada pelas pessoas que lá vivem, ele quer que a Cisjordânia seja controlada pelas pessoas que lá vivem e ele quer que as redes terroristas em torno dos israelitas sejam desmanteladas, para que não tornem a representar uma ameaça, especialmente para civis inocentes que vivem em Israel”, insitiu Vance em declarações à estação norte-americana Fox News.


Donald Trump afiançou, nos últimos dias, que não avalizaria uma anexação israelita da Cisjordânia. Numa reunião com dirigentes árabes e muçulmanos, à margem da 80ª Assembleia Geral das ONU, o presidente norte-americano propôs que a Faixa de Gaza fosse inicialmente administrada por uma entidade de transição apoiada pela ONU e pelos países do Golfo, até voltar a uma governação palestiniana.O antigo primeiro-ministro trabalhista do Reino Unido Tony Blair é o nome proposto pela Administração Trump para encabeçar uma administração transitória de Gaza, segundo noticiou a BBC.


Recorde-se que, já este ano, Trump defendia que os palestinianos abandonassem os seus territórios e fossem transferidos para outros países, indo ao ponto de se propor erguer uma “Riviera do Médio Oriente” sobre os escombros de Gaza.


“Nunca é fácil, como aprendemos no Médio Oriente ao longo de muitos anos. Esse tipo de coisa avança aos tropeções e pode tomar rumos muito estranhos, mas acho que o presidente nos levou a um ponto em que estamos na reta final e estamos todos muito otimistas de que podemos cruzar a linha de meta e realizar algo realmente importante para a paz na região“, desfiou ainda JD Vance.

“Uma hipótese real de grandeza”

Após ter antecipado que uma solução para a paz no Médio Oriente estaria “próxima”, Trump referiu também este domingo que existe “uma hipótese real de grandeza” para aquela região. Isto sem fornecer quaisquer detalhes ou um cronograma específicos para concretizar tais promessas.

“Temos uma hipótese real de grandeza no Médio Oriente. Todos estão juntos para algo especial, inédito na história. Vamos conseguir”, escreveu o presidente dos Estados na sua rede, a Truth Social.








Trump reúne-se esta segunda-feira com o primeiro-ministro israelita, na Casa Branca, com o objetivo de chegar a uma estrutura para um acordo
, de acordo com responsáveis ​​governamentais. Benjamin Netanyahu já sinalizou, por sua vez, que está a trabalhar com Trump num plano de 21 pontos para pôr fim às hostilidades em Gaza.

O atual inquilino da Casa Branca exige que todos os reféns do movimento palestiniano Hamas na Faixa de Gaza – vivos e mortos – sejam imediatamente devolvidos.Dos 251 reféns levados na ofensiva do Hamas de 7
de outubro de 2023, estima-se que 48 permaneçam na Faixa de Gaza.
Estarão vivos 20.

O Governo israelita afirma-se disposto a aceitar a proposta encabeçada por Washington, desde que garanta a deposição de armas pelo Hamas e libertação de todos os reféns.

Todavia, este domingo, o braço armado do Hamas veio admitir ter perdido o contacto com dois reféns, Matan Angrest e Omri Miran, durante operações militares israelitas em dois bairros de Gaza. Em comunicado, as Brigadas Ezzedin al-Qassam indicam ter exigido que Israel suspendesse as missões aéreas durante 24 horas, em parte da cidade, para retirar os reféns do perigo.

Desde 2023, a ofensiva israelita matou mais de 66 mil palestinianos, entre os quais mais de 19 mil crianças. O ataque do Hamas fez cerca de 1.200 mortos, a maioria civis.

c/ agências