Quando o tema é tatuagens é comum surgirem dúvidas sobre a influência nos casos de câncer de pele, devido às diversas substâncias químicas utilizadas na tinta. Um levantamento de pesquisadores de Utah, nos Estados Unidos, contudo, surpreendeu ao apontar que as pessoas com desenhos corporais podem apresentar menor risco de desenvolver a doença.

Entenda a pesquisa

Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram históricos médicos de mil norte-americanos. Em seguida, compararam as informações de indivíduos saudáveis com os dados de pacientes diagnosticados com melanoma. Assim, foi possível constatar que pessoas que fizeram múltiplas sessões de tatuagem ou possuíam várias tatuagens grandes tinham menor chance de apresentar melanoma.

De acordo com a pesquisa, o risco caiu para mais da metade. A descoberta chamou a atenção de especialistas, como o professor de Ciências Biomédicas da Universidade Anglia Ruskin, Justin Stebbing, que se empenhou em verificar a veracidade dos resultados.

Em um artigo publicado no ‘The Conversation’, o estudioso afirmou que as “evidências trazem consigo uma série de ressalvas”. Ele cita, por exemplo, a ausência de fatores associados ao surgimento do câncer de pele. Isso porque os pesquisadores registraram dados importantes, como o excesso de exposição solar e histórico familiar de melanoma, apenas no caso das pessoas já diagnosticadas.

“Sem essas informações, é impossível distinguir se o menor risco observado em indivíduos tatuados decorre realmente dos desenhos em si ou se é apenas um subproduto de outras diferenças no estilo de vida“, esclareceu. 

Afinal, como as tatuagens impactam a pele?

Além disso, outros estudos, também com resultados inconsistentes, indicaram que a ocorrência da enfermidade era maior na pele tatuada do que em áreas não tatuadas. Stebbing ressalta, portanto, que ainda não há evidências suficientes para determinar se as tatuagens são capazes de prevenir ou aumentar o risco de câncer.

Dessa forma, ele recomenda manter os cuidados já conhecidos, como usar protetor solar regularmente e limitar a exposição ao sol. “As tatuagens podem continuar sendo uma escolha pessoal, mas definitivamente não constituem uma estratégia clinicamente comprovada para impedir a doença”, orientou, por fim.