259,8 milhões de euros! Em três janelas de mercado sob a gestão de André Villas-Boas o FC Porto atingiu este impressionante encaixe financeiro.

Aos 63,4 milhões de euros de vendas no verão de 2024 juntam-se os 85,7 milhões deste defeso. Pelo meio, o FC Porto registou um mercado de inverno absolutamente atípico, graças aos 110,8 milhões arrecadados com as vendas de Nico González (Manchester City) e Galeno (Al Ahli).

Tudo somado, são praticamente 260 milhões de euros realizados pela atual administração do FC Porto, que ajudam a suportar em boa parte o maior mercado de sempre em termos de contratações.

O saldo altamente positivo nas duas janelas anteriores permitiu ao FC Porto gastar neste verão 112,5 milhões de euros em contratações. Ou seja, o grosso dos 156,6 milhões de três mercados, o que mesmo assim em termos de compras corresponde a 60 por cento do encaixe realizado com as vendas de jogadores.

«Nestes valores estamos já a incluir a operação de compra do valor que faltava do passe do Samu, cuja opção decidimos antecipar. Se retirássemos o impacto dessa aquisição, teríamos investido cerca de metade do que vendemos. Mesmo assim, atualmente temos um valor recorde do plantel, que está avaliado em 392 milhões de euros, segundo o Transfermarkt», afirmou José Pereira da Costa, CFO do FC Porto, na apresentação das contas da SAD, que decorreu esta quarta-feira no Estádio do Dragão. 

«Houve uma transformação profunda da gestão e finanças do clube, obviamente vinculada a muitas operações que fizemos, das quais destacamos as Dragon Notes e o negócio com a Ithaka, bem como as vendas de jogadores no verão do ano passado e em janeiro deste ano. Tudo isso tem impacto significativo nestas contas. O FC Porto não poderia reestruturar-se financeiramente se não tivesse feito estas operações. Os 110 milhões de euros com as vendas de Galeno e Nico González em janeiro podem ter tido impacto desportivo na equipa principal, mas são operações que tínhamos de fazer para manter o clube como clube de associados e para cumprir com as nossas obrigações para com fornecedores, jogadores, clubes e agentes», afirmou Villas-Boas.

Ultrapassada a primeira fase crítica, a verdade é que o FC Porto fez o maior investimento de sempre na equipa de futebol neste defeso. Dos 112,5 milhões investidos, destaca-se o impacto financeiro das contratações de Froholdt (20 M€), Alberto Costa (15 M€), Gabri Veiga (14,9 M€) e Borja Sainz (13,3 M€), bem como a aquisição do valor remanescente do passe de Samu (17 M€) e o acionamento da cláusula de compra de Nehuén Pérez (13,25 M€).

De referir, por exemplo, que o empréstimo de Fábio Vieira saiu a custo zero, já que o médio português não chegou a cumprir o mínimo de variáveis desportivas necessárias para que o FC Porto tivesse de compensar o Arsenal.

Em sentido contrário, a venda de Francisco Conceição à Juventus (32 M€) foi o maior negócio dos dragões num defeso que rendeu mais de 85 milhões. Outros encaixes financeiros relevantes realizaram-se com as saídas de Otávio (17 M€, Paris FC), João Mário (12 M€, Juventus) e Gonçalo Borges (10 M€, Feyenoord).

De destacar ainda que o FC Porto gastou cerca de 10 milhões de euros pagos em comissões a intermediários pela compra e venda de jogadores, sendo que quase um terço deste valor se prendeu com a saída de Francisco Conceição.