Na sua rede Truth Social, pouco depois de o movimento islamista palestiniano ter indicado que
precisava de mais tempo para considerar a proposta de Washington, Trump escreveu que, “se esta ÚLTIMA OPORTUNIDADE de acordo não for aproveitada, um INFERNO como nunca antes visto irá cair sobre o Hamas. HAVERÁ PAZ NO MÉDIO ORIENTE DE UMA FORMA OU DE OUTRA“.
O prazo termina dois dias antes da guerra completar dois anos.
A proposta que Donald Trump revelou segunda-feira na Casa Branca, já recebeu a anuência de Israel e da maioria dos países árabes e muçulmanos. Mediadores árabes, egipcios e turcos estarão a pressionar o Hamas para aceitar a proposta.
Mas um líder da ala armada do grupo disse acreditar que a proposta será provavelmente rejeitada. O plano propõe o fim imediato dos combates e a libertação, no prazo de 72 horas, de 20 reféns israelitas vivos detidos pelo Hamas — bem como dos restos mortais de reféns que se acredita estarem mortos — em troca de centenas de residentes de Gaza detidos. Se aceite, inclui igualmente a retirada faseada do enclave por parte das forças de Israel.
O grupo está dividido entre a sua ala militar e a sua ala política.
Alguns líderes políticos do Hamas no Qatar estão
abertos a aceitar o plano com ajustes, mas a sua influência tem sido
limitada, uma vez que não controlam os reféns detidos pelo grupo.
Um
dos obstáculos será precisamente a entrega de todos
os reféns nas primeiras 72 horas do cessar-fogo, obrigando abdicando da sua única
moeda de troca.
Acredita-se que ainda existam 48 reféns mantidos em território palestiniano pelo grupo armado, dos quais apenas 20 estão vivos.
Cidade sob pressão
Como ultimatum, a 16 de Setembro, o exército israelita lançou uma ofensiva contra a
Cidade de Gaza, considerada o último bastião do Hamas. O líder militar
do grupo convocou para a cidade todos os combatentes para resistir aos soldados israelitas.
Esta sexta-feira, Trump afirmou que “a maioria dos restantes combatentes do Hamas está cercada e militarmente encurralada, e estão apenas à espera do meu sinal, ‘ATAQUEM’, para serem rapidamente exterminados“
“Apelo a todos os palestinianos inocentes para que abandonem imediatamente esta área potencialmente mortal para outras partes mais seguras de Gaza”, sem especificar a que “área” se referia.
A maioria dos habitante da cidade fugiu para sul. O exército de Israel propôs que eles se dirigissem a uma “zona humanitária” em Al-Mawasi, na costa, onde, segundo referiu, lhes seria prestada ajuda, assistência médica e infraestruturas humanitárias.
Milhares de residentes foram contudo incapazes de pagar o preço da fuga e ficaram encurralados na cidade.