A corrida pela supremacia no campo da Inteligência Artificial está a redesenhar o panorama dos centros de dados. Atualmente, a Nvidia domina o mercado com os seus potentes aceleradores, mas esse controlo pode estar prestes a abrandar. A Microsoft está a investir milhares de milhões no desenvolvimento dos seus próprios chips e a expandir a sua capacidade para não ficar para trás na crescente procura por poder computacional.
A gigante de Redmond, que atualmente depende dos chips da Nvidia para os seus centros de dados, está a trabalhar ativamente para implementar as suas próprias soluções de hardware no futuro. Segundo Kevin Scott, Diretor de Tecnologia da Microsoft, a empresa tem planos a longo prazo que visam reduzir a necessidade de recorrer a fornecedores externos.
Numa conversa durante a Italian Tech Week, moderada pela CNBC, Scott explicou que a Microsoft não deposita uma “fé cega” em nenhum acelerador de IA específico. Em vez disso, a empresa opta pela solução que oferece o melhor equilíbrio entre preço e desempenho. Embora a tecnologia GPU da Nvidia tenha satisfeito as necessidades da Microsoft durante anos, Scott frisou que a empresa “considerará literalmente qualquer coisa para garantir que temos capacidade suficiente para responder a esta procura”.
A aposta no hardware próprio
A Microsoft já conta com uma frota diversificada de aceleradores, incluindo chips da Nvidia, AMD e outros parceiros. No entanto, a empresa está a desenvolver as suas próprias soluções, como o CPU Cobalt baseado em Arm e o acelerador de IA Maia. Kevin Scott confirmou que já estão a trabalhar na próxima geração deste hardware, embora não tenha fornecido mais detalhes.
O objetivo da Microsoft é construir sistemas completos de ponta a ponta, incluindo infraestruturas de rede e arrefecimento, o que lhes daria total liberdade para otimizar o desempenho. A empresa já tornou públicas as suas ambições, anunciando recentemente o desenvolvimento do centro de dados de IA mais potente do mundo e uma nova solução de arrefecimento por microfluidos.
A iminente crise de capacidade computacional
Apesar dos crescentes avisos sobre uma potencial bolha na indústria da IA, Scott sublinhou que a capacidade computacional ainda não consegue acompanhar a procura. A Microsoft antecipa uma crise “massiva” num futuro próximo, à medida que as empresas lutam para expandir a sua infraestrutura com a rapidez necessária para suportar as cargas de trabalho geradas por aplicações como o ChatGPT.