Chongqing
De desconhecida a ímane de turistas. Chongqing, futuro entre montanhas, está a receber turistas como nunca graças às redes sociais.
Luzes e mais luzes néon à noite e comboios elevados entre arranha-céus, surgem nas montanhas de uma população, na sua maioria, rural. Chongqing é uma das maiores cidades da China e a maior cidade do mundo em termos de população, com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma área administrativa do tamanho da Áustria.
A arquitetura vertiginosa do município, aliada a uma atmosfera futurista descrita esta semana no The Wall Street Journal (WSJ) como algo saído de um filme sci-fi como o Blade Runner, tem vindo a conquistar cada vez mais visitantes.
Mas a altura nunca foi uma opção para o município. Pressionada pelo crescimento rápido e sem litoral, só teve um caminho a seguir: para cima. A cidade era até há poucos anos apenas uma curiosidade geográfica, ou conhecida como a capital temporária dos nacionalistas chineses durante a Segunda Guerra Mundial. Mas as redes sociais trouxeram-na de volta do passado, não para o presente, mas para o futuro.
Em 2024, 120 milhões de turistas pernoitaram em Chongqing , um aumento de 17% face a 2023. Nos primeiros seis meses deste ano, os postos fronteiriços registaram um número recorde de estrangeiros, mas foram apenas cerca de 330 mil: o seu cenário futurista é uma escapadela ainda distante dos olhares de não-chineses. A maioria dos turistas vem do sudeste asiático, Japão e Coreia do Sul, embora o número de visitantes da Europa, Austrália e especialmente EUA também esteja a aumentar.
A cidade parece vinda do futuro, mas surpreendentemente mais de 70% da sua população trabalha na agricultura e vive em zonas rurais.
O contraste é notável pela cidade fora. Dos novos e brilhantes arranha-céus, um virar da cabeça transporta-nos para os anos 80, com antigos blocos de apartamentos sem elevador.
“Chongqing é a cidade desconhecida, mas fabulosa que se tem de visitar”, disse ao WSJ um reformado norte-americano de visita à cidade.