Graças a um novo sensor comestível, o sabor a tomilho passará a ser o primeiro sintoma de gripe.
Entre os muitos problemas da gripe está o facto de se poder espalhar o vírus antes mesmo de se saber que se está infetado. Um novo “sensor” experimental – anunciado num estudo publicado esta quarta-feira na ACS Central Science – poderá dia impedir que isso aconteça, ao fazer com que se sinta sabor a tomilho.
Os testes rápidos (como os da Covid) que permitem às pessoas testarem-se em casa para a gripe, normalmente, só são eficazes quando os doentes já apresentam sintomas. Quando os doentes ainda estão pré-sintomáticos – mas já contagiosos – os testes são ineficazes. Existem outros testes que detetam o vírus da gripe antes de surgirem os sintomas, embora tendam a ser dispendiosos e lentos.
É aqui que entra o novo sensor molecular, que está a ser desenvolvido por cientistas da Universidade de Würzburg, na Alemanha. Trata-se de um simples ingrediente comestível que pode ser incorporado em pastilhas elásticas ou rebuçados.
Oprincipal componente ativo do sensor é uma glicoproteína que faz parte do vírus da gripe, conhecida como neuraminidase – é o “N” em H1N1.
Como refere a New Atlas, normalmente, o vírus usa a neuraminidase para quebrar certas ligações da célula hospedeira que está a atacar, a fim de a infetar. No sensor, a neuraminidase está ligada a moléculas de um composto fenólico chamado timol, que se encontra na erva tomilho.
A ideia é que, quando o sensor é colocado na boca de uma pessoa infetada com gripe, o vírus ativará a neuraminidase, fazendo com que esta quebre as ligações que mantêm as moléculas de timol no lugar – permitindo assim que sejam sentidas pela língua.
Ao detetar o sabor semelhante ao do tomilho, a pessoa saberá que tem gripe. Nos testes feitos até agora, o sensor libertou com sucesso timol dentro de meia hora, após ser colocado em frascos de saliva obtida de pessoas infetadas.