Quando recebemos Peixe e Frankie Chavez na redação, para a entrevista que aqui partilhamos, a dupla foi de imediato reconhecida por um colega da SIC, que os cumprimentou e congratulou pela música gravada em “Miramar” (2019) e “Miramar II” (2022). Esta sexta-feira, a dupla lançou “Miramar III”, o novo disco em que abre a porta a novos elementos – o saxofone de Cabrita, a percussão de António Serginho, as cordas do quarteto de solistas da Casa da Música -, sem perder a identidade. A importância da autenticidade num tempo marcado pela Inteligência Artificial, o espaço de prazer e liberdade que os Miramar ocupam nas suas vidas e o “solo de Instagram” incluído numa das músicas do novo disco foram alguns temas da conversa.

Antes da entrevista, foram abordados por um fã, que comparou a vossa música à banda-sonora do filme “Brokeback Mountain”. É habitual fazerem esse tipo de comentário?

Frankie Chavez: É, mas nunca nos tinham comparado diretamente a alguém como o Gustavo Santaolalla, de quem sou grande fã. (risos)
Peixe: Costumam dizer-nos que a nossa música é muito cinematográfica, mas às vezes falam do “Paris, Texas”, do Ry Cooder… ou daquela música que toca no “Desperado” (cantarola).

Já vos convidaram para fazer banda-sonoras?

P: Por acaso estamos num processo de análise de uma série que está a ser feita e que poderá contar com a nossa banda-sonora, mas ainda não está confirmado.

FC: Nunca tivemos de criar nada de propósito, sempre nos juntámos para escrever as nossas canções, mas podia ser um desafio engraçado. Já fizemos bandas-sonoras, mas não como Miramar.

P: Não é fácil, porque o Frankie está em Lisboa, eu estou no Porto. Ambos temos outros projetos, além de Miramar, que ocupa um espaço especial na vida de ambos. E o facto de estarmos longe faz com que os processos sejam demorados, o que não é necessariamente mau. Uma coisa porreira é que geralmente trabalhamos sem grandes prazos e pressões. Fazemos isto porque nos dá gozo. Vamos fazendo, quando estamos juntos, ou usamos o e-mail… ou quando vamos dar um concerto, aproveitamos para experimentar coisas. Portanto, os processos são longos, o que também nos faz amadurecer e perceber por onde queremos ir. Não sei se isso é compatível com uma encomenda, por exemplo.

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