Mulher com expressão de medo. Foto: Paula Dizaró/cancaonova.com
Um raro distúrbio genético pode eliminar completamente a capacidade de sentir medo. Casos como o do britânico Jordy Cernik, que perdeu a sensação após retirar as glândulas adrenais para tratar a síndrome de Cushing, e da americana identificada apenas como S.M., com a doença de Urbach-Wiethe, intrigam cientistas. Essa condição causa acúmulo de cálcio e destruição da amígdala cerebral, região ligada às respostas de ameaça.
Pesquisas citadas pela BBC indicam que o medo é processado por dois circuitos distintos no cérebro: um, mediado pela amígdala, reage a ameaças externas, como animais ou situações de perigo; o outro, ligado ao tronco encefálico, é ativado por ameaças internas, como falta de ar ou sufocamento. Assim, pacientes sem amígdala podem não temer cobras ou filmes de terror, mas ainda entram em pânico quando há risco fisiológico.
Os estudos mostram que a ausência de medo pode comprometer a percepção de risco e aumentar a exposição a situações perigosas. Apesar disso, especialistas destacam que compreender esses mecanismos pode ajudar no tratamento de transtornos de ansiedade e pânico, oferecendo novas abordagens para reduzir reações excessivas sem eliminar a resposta natural de autoproteção.