Mariana Mortágua começou por dizer que, ao saírem da prisão israelita, “não sabia o que se passava no mundo”, porque ficaram “incontactáveis”. Ao mesmo tempo, disse que foi uma “emoção” a mobilização em torno da flotilha huminatária e que sente “orgulho do povo português que se mobilizou”.
A deputada denunciou situações de “ver camaradas a serem espancados e levados”, de “várias horas algemadas, de sermos provocados pelo ministro israelita” e ficarem em “jaulas”. Mariana também referiu que “valeu a pena” o que passaram. “Por muito que tenha sido difícil para nós e foi, e por muito que tenha havido abusos e houve muitos, isso deu-nos uma ideia do grau de impunidade das forças israelitas contra palestinianos, é claro que valeu a pena”, respondeu aos jornalistas.
Miguel Duarte, outro dos detidos, afirmou que passaram “fome e sede”, além de “algemados, vendados e postos dentro de autocarros prisão”. Sobre as celas, informou que estavam “absolutamente sobrelotadas”. Também denunciou que “alguns camaradas com diabetes ficaram três dias sem receber insulina”.
Ao mesmo tempo, Mariana Mortágua rejeitou o título de heróis. “Nós não somos heróis. Nós somos pessoas que estão a fazer aquilo que os outros não estão a fazer, isto não é sobre nós”, referiu. A respeito de como foram assistidos pelo Governo português, destacou que “não há nenhuma crítica” ao apoio consular, mas sim “ao Governo português que não aplica sanções a Israel e que permite aviões militares que passaram no território português”, em referência aos F-25 americanos que passaram pela base das Lajes na semana passada.