A Louis Vuitton alcançou uma vitória histórica nos Estados Unidos ao vencer um processo de falsificação de grande dimensão e ser indemnizada em 584 milhões de dólares. Esta decisão, emitida pelo Tribunal Distrital do Distrito Norte da Geórgia, é considerada uma das mais significativas de sempre neste tipo de casos e reforça a importância da defesa da propriedade intelectual no sector do luxo.

A origem do processo remonta a um mercado de rua instalado no interior do centro comercial Westgate, em Atlanta, no estado da Geórgia, onde se vendiam, de forma recorrente, milhares de produtos contrafeitos — muitos deles com o logótipo e marcas registadas da Louis Vuitton. A marca francesa apresentou queixa contra os responsáveis do espaço, Basirou Kebbay e Aaron Kebe, respectivamente proprietário e director executivo, alegando que estes permitiam activamente a comercialização de artigos falsificados no local.

Em agosto de 2021, as autoridades norte-americanas realizaram uma megaoperação no centro comercial que resultou na apreensão de 18 camiões carregados com mais de 250 mil produtos falsificados. Desses, cerca de 72 mil apresentavam directamente a marca Louis Vuitton, tornando-se assim uma das maiores apreensões de sempre relacionadas com a maison em território norte-americano.

O impacto desta operação foi enorme, não só pelos prejuízos económicos, mas também pelo dano causado à imagem e à exclusividade da marca. A circulação de falsificações compromete a confiança dos consumidores e atenta contra um dos valores centrais das marcas de luxo: a autenticidade. A decisão do tribunal é, por isso, vista como um marco importante na luta contra práticas ilegais que minam a integridade da indústria da moda.