Um mês depois de estar em funções, José Luís Carneiro já tem um think tank. Chama-se Conselho Estratégico, tem, para já, 94 elementos e, garante o líder do PS, “personalidades, competências e capacidades para formar, não um, mas vários governos“. Quase metade (45) já teve funções governativas e apenas um terço dos membros são mulheres. Mas Carneiro garante que o grupo ainda não está fechado e prefere focar no copo meio cheio de sociedade civil.

“Temos vários académicos, várias pessoas da indústria, das empresas, da economia, da cultura. Sem falsas modéstias, julgamos ter aqui personalidades, competências, capacidades para formar, não é um, é vários governos”. O salão nobre da sede nacional do partido, no Largo do Rato, estava sobretudo cheia das caras do costume, exceto uma que veio do Largo do Caldas.

Filipe Lobo d’Ávila, antigo vice presidente do CDS foi dos pouco referidos (para além do ex-líder Ferro Rodrigues e dos irmãos Soares) no discurso de apresentação de Carneiro, quando este se vangloriou por ter conseguido chamar para este órgão de aconselhamento da direção “personalidades que estão à esquerda do PS e até do humanismo democrata-cristão”. Um sinal, disse ainda, que mostra que “o PS é a grande casa da democracia”.

No grupo escolhido por Carneiro estão também nomes como dos ex-ministros socialistas Augusto Santos Silva, que vai ser o coordenador, António Vitorino, Fernando Medina, José António Vieira da Silva, Pedro Siza Vieira, Tiago Brandão Rodrigues, Maria de Lurdes Rodrigues, Alexandra Leitão, António Costa Silva, Eduardo Cabrita, Maria Manuel Leitão Marques, Maria de Belém, António Correia de Campos ou Adalberto Campos Fernandes, entre outros.

Já entre a sociedade civil mais alheia ao meio e que Carneiro quer chamar à participação política estão nomes como Germano de Sousa, CEO do grupo com o seu nome, o cantor Fernando Tordo (cantor), Isabel Soares (diretora do Colégio Moderno e filha de Mário Soares, António Rebelo de Sousa (economista e irmão do atual Presidente da República), Luís Teixeira, Carlos Tavares (empresário), Aida Tavares (ex-diretora artística do CCB, demitida este mês), Isabel Carvalhais (professora universitária e ex-eurodeputada) ou José Manuel Castanheira (cenógrafo).

Este é “um ponto de partida” sublinhou várias vezes Carneiro que garantiu aos jornalistas que muitas outras personalidades se disponibilizaram para integrar este órgão no futuro: “Outras personalidades aqui terão lugar”. “Este Conselho Estratégico é sinónimo de abertura, de diversidade e de pluralismo”, declarou o líder socialista na apresentação do órgão que vai focar nas áreas da transição demográfica, revolução digital, sustentabilidade e clima, energia e recursos naturais, soberania alimentar, geopolítica, segurança, defesa, e também democracia, cultura e cidadania.

O primeiro plenário será no meio de setembro e a partir daí, a intenção é que o Conselho Estratégico possa reunir-se de três em três meses e produza, anualmente, um relatório estratégico e cadernos temáticos, que o PS depois aproveitará para propostas políticas nas várias áreas sectoriais.

A escolha de Santos Silva para a condução dos trabalhos é explicada por Carneiro por ser “o nome que mais foi consensualizado na auscultação” que fez e também “por ter uma experiência muito larga, muito ampla na coordenação de equipas e na produção de resultados”. Esteve “na revisão da declaração de princípios do PS nos princípios dos anos 2000”, disse, numa altura em que o PS também está à procura de uma reflexão interna depois do desaire eleitoral das últimas legislativas.

[Horas depois do crime, a polícia vai encontrar o assassino de Issam Sartawi, o dirigente palestiniano morto no átrio de um hotel de Albufeira. Mas, também vai descobrir que ele não é quem diz ser. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o segundo episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro aqui]