As autoridades alemãs instalaram um sistema de laser nas imediações do aeroporto de Munique com o objetivo de proteger o espaço aéreo contra novos avistamentos de drones. A informação foi avançada pelo jornal Bild, que cita fontes de segurança sob anonimato.

Segundo o diário alemão, o equipamento permitirá às autoridades medir com precisão a distância e a posição de possíveis drones em voo próximo do aeroporto, de modo a responder rapidamente a qualquer intrusão. O jornal não revelou detalhes técnicos sobre o alcance ou a potência do sistema, mas refere que a medida foi tomada “em caráter preventivo” após os incidentes da semana passada.

O aeroporto de Munique — o segundo maior da Alemanha — foi encerrado por duas vezes consecutivas na última semana, depois de suspeitas de voos não autorizados de drones nas redondezas. O primeiro incidente ocorreu a 2 de outubro, cerca das 20h30 (hora local), quando aparelhos foram avistados nas áreas circundantes às localidades de Freising e Erding, e mais tarde junto à vedação do aeroporto.

De acordo com um comunicado da administração aeroportuária, a polícia lançou “operações de busca extensivas” após os primeiros relatos. Por motivos de segurança, o tráfego aéreo foi suspenso, resultando no cancelamento de 17 voos e no desvio de outros 15 para aeroportos de Estugarda, Nuremberga, Viena e Frankfurt.

As autoridades disponibilizaram camas de campanha, cobertores, bebidas e alimentos aos passageiros afetados pelos cancelamentos.

No dia seguinte, a polícia confirmou novos avistamentos de drones pouco antes das 23h00, junto às pistas norte e sul do aeroporto. Contudo, os aparelhos desapareceram antes de poderem ser identificados, informou a agência Associated Press.

Mais de 170 voos afetados
A manhã de 4 de outubro registou novos incidentes, obrigando a nova suspensão temporária das operações aéreas. Segundo a administração aeroportuária, cerca de 170 voos foram cancelados ou desviados.

Os episódios coincidiram com o final da Oktoberfest, um dos maiores eventos turísticos do país, que atrai milhões de visitantes todos os anos. Em simultâneo, Munique acolhia também o “Munich Migration Meeting”, uma conferência internacional organizada pelo governo alemão, onde a resposta a incidentes com drones foi um dos principais temas em discussão.

O caso de Munique insere-se numa tendência crescente de incursões de drones em território europeu. Nos últimos três meses, pelo menos onze países — entre os quais Lituânia, Letónia, Dinamarca, Noruega, Roménia, Polónia, Estónia, Alemanha, Bélgica e França — relataram situações semelhantes.

Na semana passada, durante uma reunião em Copenhaga, líderes europeus concordaram em avançar com a criação de uma “muralha de drones” ao longo da fronteira leste da União Europeia, uma iniciativa que pretende reforçar a proteção contra ameaças aéreas, incluindo possíveis drones hostis ou não identificados.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu recentemente que “a segurança do espaço aéreo europeu é um pilar essencial da soberania comum”, acrescentando que “novas tecnologias exigem respostas igualmente inovadoras”.