O homem que ofereceu um apartamento a quem exterminasse brasileiros e 100 mil euros pela morte de uma jornalista ficou em prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Instrução Criminal por promoção do DIAP de Lisboa, avança a CNN Portugal. O luso-brasileiro Bruno Silva tinha sido detido na terça-feira pela Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária em sua casa, em Vila Real. Foi acusado dos crimes de incitamento ao ódio e ameaças de morte.

Aquando da detenção a PJ emitiu um comunicado em que explicava que o suspeito ofereceu como recompensa um apartamento no centro de Lisboa a quem “realizasse um massacre e exterminasse determinados cidadãos estrangeiros e um bónus adicional de 100 mil euros a quem atentasse contra a vida de uma jornalista brasileira que trabalha em Portugal”. Tudo através da rede social X, a qual a sua conta se encontra agora suspensa.

O homem, agora em prisão preventiva, ameaçou a jornalista brasileira Stefani Costa. A divulgação da referida publicação tornou-se viral, sublinhou a PJ, com enorme “repercussão e alarme social, afetando gravemente o sentimento de tranquilidade, de segurança e da paz pública, gerando a indignação e o repúdio em vários quadrantes”.

Na quarta-feira, a jornalista do Diário de Notícias, Amanda Lima, revelou que também foi alvo de ameaças, insultos e mensagens racistas por parte deste homem e que apresentou queixa em julho do ano passado, sem que o processo tenha avançado.

“Não apresentei queixa só contra ele, apresentei contra várias pessoas que me ameaçam na Internet. Ele é um deles”, explicou a jornalista. Amanda Silva revelou e-mail que Bruno Silva lhe enviou em que este assume ser “o português mais racista de Portugal” e diz sentir “um enorme nojo, ódio e desprezo pelos brasileiros”. Diz ainda que é “militante do partido Chega” e diz-lhe que lhe iria “acontecer alguma coisa em breve” se ela não regressasse para o Brasil.

Descrevia ainda comportamentos discriminatórios, garantindo que não arrendava casas, atendia chamadas, ou era servido em restaurantes por brasileiros ou pessoas negras.

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