Outubro é considerado o mês de conscientização sobre o câncer de mama, doença que afeta mais de 73 mil mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Com isso, durante o período, cresce também a atenção para hábitos que ajudam a cuidar da saúde da mulher de forma integral.

Para além dos exames regulares e do acompanhamento médico, estudos brasileiros mostram que nutrientes como vitamina D e ômega-3 podem ter papel importante no bem-estar e na recuperação durante o tratamento, como complemento aos tratamentos indicados pelos profissionais da saúde.

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), divulgada pelo Governo do Estado de São Paulo, apontou que a suplementação de vitamina D pode melhorar a resposta de mulheres com câncer de mama à quimioterapia.

A pesquisa avaliou 80 pacientes acima de 45 anos submetidas à quimioterapia neoadjuvante – quando o tratamento é utilizado para facilitar a cirurgia de retirada do tumor -, divididas em dois grupos: um recebeu 2.000 UI diárias de vitamina D, enquanto o outro foi tratado com placebo. Após seis meses, o estudo levantou que 43% das mulheres suplementadas apresentaram desaparecimento completo da doença, índice significativamente superior aos 24% observados no grupo controle.

Segundo os especialistas, o resultado revela que, mesmo em doses baixas, a vitamina D pode potencializar os efeitos da quimioterapia e contribuir para uma resposta mais eficaz ao tratamento. Um outro estudo realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) revelou que a combinação de vitamina D e ômega-3 pode ajudar a reduzir inflamações, fortalecer o sistema imunológico e melhorar o bem-estar das pacientes.

Para a nutricionista, mestre e doutora pela USP e membro do Conselho Científico da Vhita, marca de suplementos voltada para longevidade e saúde preventiva, Aline David, mesmo que a suplementação não substitua o tratamento oncológico, ela pode ser uma ferramenta complementar importante.

“Além do suporte durante o tratamento, a suplementação pode ser uma estratégia preventiva, auxiliando na manutenção da saúde geral. Ela atua em pontos fundamentais do organismo, incluindo saúde mitocondrial, equilíbrio hormonal e controle de inflamações silenciosas. Com orientação profissional, a reposição nutricional pode contribuir para mais energia, vitalidade e qualidade de vida durante o tratamento, além de apoiar a recuperação e resistência do corpo”, comenta.

O interesse pelo tema acompanha o crescimento do mercado brasileiro de suplementos. Segundo dados da Interplayers, o segmento de vitaminas e suplementos registrou aumento de 37% no volume de unidades vendidas e 29% no faturamento, entre março de 2024 e fevereiro de 2025. O levantamento mostra ainda que, apenas no período de janeiro a fevereiro deste ano, esses índices chegaram a 41% e 32%, respectivamente, frente ao mesmo período do ano passado.

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O setor tem atraído ainda a atenção de investidores. Entre março de 2023 e abril de 2025, foram registradas ao menos 20 fusões e aquisições envolvendo empresas do ramo no Brasil. Segundo Leonardo Tonini, CEO da Emerge Ventures, empresa especializada em acelerar negócios no setor de consumo que investe em marcas como a Vhita, o setor vive uma nova fase de consolidação. “Hoje, há uma mudança cultural importante e as pessoas estão mais conscientes sobre o impacto de hábitos preventivos. O consumo de suplementos com base científica tem se mostrado um dos mercados mais promissores do mundo.”