Unhas fracas e quebradiças podem ser um alerta de falta de nutrientesFoto: Reprodução/ND Mais
Unhas fracas e que quebram com facilidade podem ser mais do que um simples incômodo estético. Segundo a dermatologista Vivian Loureiro, especialista em unhas e cabelos, as unhas podem ser um reflexo do estado geral de saúde.
Quando há mudanças na textura, na coloração ou na velocidade de crescimento delas, o corpo pode estar sinalizando desde carências nutricionais até doenças hormonais.
De acordo com a médica, unhas saudáveis costumam ser transparentes, bem aderidas à pele e com uma base levemente rosada. Nas mãos, crescem em média de 3 a 4 milímetros por mês, enquanto as dos pés se desenvolvem mais lentamente.
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“Qualquer desvio desse padrão, principalmente quando as unhas ficam fracas, descamam ou se partem com facilidade, deve ser avaliado com atenção”, explica Vivian.
O que significa unhas fracas e quebradiças?
A médica destaca que as unhas enfraquecidas podem ser resultado de fatores externos, como o uso excessivo de esmaltes, removedores com acetona e contato frequente com produtos de limpeza.
“Essas substâncias ressecam a lâmina ungueal, tornando-a mais porosa e suscetível a lascas e quebras”, detalha. No entanto, quando o problema é persistente, é importante investigar causas internas.
Unhas fracas e quebradiças também pode ser um sinal de uso excessivo de esmaltes, removedores com acetona e contato frequente com produtos de limpezaFoto: Reprodução/ND Mais
Entre as mais comuns estão as deficiências nutricionais, especialmente de ferro, zinco, biotina e vitaminas do complexo B.
“A carência de ferro, por exemplo, está relacionada à anemia e pode deixar as unhas finas, opacas e quebradiças”, explica Vivian Loureiro.
Distúrbios da tireoide, tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo, também afetam o metabolismo das células que formam as unhas, interferindo em sua resistência.
O envelhecimento é outro fator que contribui. Com o passar dos anos, há uma redução natural na produção de queratina, proteína que dá estrutura às unhas, cabelos e pele. O resultado são unhas mais secas e frágeis, que crescem lentamente e tendem a descamar.
Outros sinais que as unhas podem revelar
Segundo Vivian Loureiro, as unhas funcionam como um “espelho silencioso” da saúde. Mudanças na cor, formato ou espessura podem apontar condições médicas variadas.
Unhas amareladas também podem ser um sinal de alertaFoto: Reprodução/ND
- Unhas amareladas: em fumantes, é consequência da impregnação da nicotina, principalmente nos dedos usados para segurar o cigarro. Mas a tonalidade também pode estar associada a micose, psoríase, diabetes, doenças hepáticas e até ao consumo excessivo de alimentos ricos em beta-caroteno, como cenoura e abóbora.
- Unhas azuladas: chamadas de cianóticas, indicam baixa oxigenação ou problemas de circulação. “Quando isso ocorre apenas com o frio, é uma reação normal do corpo, mas se a cor não melhora ao aquecer as mãos, pode ser sinal de doenças pulmonares ou cardíacas”, alerta a dermatologista.
- Unhas com faixas escuras: podem sinalizar desde um trauma local até uma pinta sob a raiz da unha, que deve ser investigada por risco de melanoma.
- Unhas esverdeadas: podem indicar a presença de uma bactéria (pseudomonas) ou de hematomas.
- Unhas brancas (leuconíquia): podem aparecer por traumas leves ou refletir problemas hepáticos e renais.
- Unhas descoladas (onicólise): costumam estar associadas à micose, psoríase, dermatite ou uso de certos medicamentos.
O que fazer quando as unhas estão fracas e quebradiças?
O primeiro passo é identificar a causa. Para isso, o ideal é procurar um dermatologista, que poderá solicitar exames laboratoriais para investigar deficiências nutricionais, alterações hormonais e doenças sistêmicas.
Enquanto isso, alguns cuidados ajudam a recuperar a força das unhas:
- Evitar o uso contínuo de esmaltes e removedores com acetona;
- Hidratar as unhas e cutículas diariamente com cremes específicos ou óleos vegetais, como o de amêndoas e o de rícino;
- Usar luvas ao manusear produtos de limpeza;
- Manter uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B.
Vivian Loureiro também orienta cautela com suplementos. “Nem sempre a unha fraca precisa de biotina ou outros compostos vendidos como fortalecedores. É preciso avaliar se há realmente deficiência desses nutrientes”, explica.
A suplementação inadequada pode causar efeitos colaterais e não resolver o problema.
Quando procurar ajuda médica?
Segundo a especialista, qualquer alteração que envolva dor, descolamento, mudança súbita de cor ou espessura, ou que afete várias unhas ao mesmo tempo, deve ser investigada.
“As unhas crescem devagar, então pequenas mudanças refletem processos que vêm ocorrendo há semanas ou meses. Observar esses sinais é uma forma de cuidar da saúde como um todo”, destaca.
Vivian Loureiro é médica dermatologista (CRM 135240/RQE 40094), formada pela USP (Universidade de São Paulo).