Com menos de oito meses a separar esta operação e a apreensão de um semi-submersível com 6,5 toneladas de cocaína, em março deste ano, as comparações são inevitáveis. A primeira salta à vista: a construção das duas embarcações não obedece ao mesmo rigor técnico.
“O conhecimento está na posse das organizações [criminosas], a forma como desenvolvem os ‘narcosubmarinos’ depende das capacidades da organização”, a quem compete “adequar a construção à necessidade do que pretendem fazer”, dependendo do orçamento. Vítor Ananias compara com a construção de uma casa: os arquitetos têm o conhecimento, mas cada qual constrói da forma mais conveniente.
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Certo é que, mesmo sendo mais “frágil”, como descreveu a Marinha, esta embarcação conseguiu aguentar cerca de duas semanas no mar, bem perto das três semanas que costuma durar este processo (seja a travessia total ou até ao momento em que há o transbordo para uma lancha rápida). A longa exposição a condições hostis fez com que os tripulantes não tentassem escapar à detenção: “Não apresentaram resistência, é difícil também porque têm 15 dias debaixo do mar, completamente fechados, sem privacidade ou regalias, com calor…”, explicou Ananias.