Raquel Teresa, reclusa transexual que na segunda-feira utilizou um isqueiro para atear um incêndio na cadeia feminina de Tires, foi agora transferida para a prisão masculina de alta segurança de Monsanto, avançou a CNN Portugal. Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional, confirmou a notícia ao Observador e celebrou a mudança, que surge “com três semanas de atraso”.

Aos 48 anos, a prisioneira que soma várias condenações desde os 16 anos volta a uma prisão masculina, de onde saiu em 2022, quando estava em Aveiro e manifestou a intenção de mudar de sexo. Depois de alguns casos de violência em Santa Cruz do Bispo, o sindicato da guarda prisional pressionou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) para transferir a mulher para a prisão de Monsanto.

Cinco guardas prisionais e uma reclusa feridas em incêndio na cadeia feminina de Tires

No entanto, a entidade responsável pelas prisões portuguesas colocou Raquel em Tires, outra prisão feminina. A reclusa passou apenas três semanas nesse estabelecimento prisional, até atear um incêndio no início desta semana. O fogo provocou ferimentos em cinco guardas prisionais — que foram transportadas para o hospital, mas já regressaram ao serviço, garantiu ao Observador a DGRSP.

Depois de também ter sido assistida no hospital, com ferimentos menos graves do que as guardas, a reclusa foi levada ao Hospital-Prisional de Caxias. A única unidade hospitalar do sistema prisional português (que recebe reclusos de todo o País com necessidade de cuidados de saúde especializados) recusou a entrada da prisioneira por entender que esta não tinha problemas de saúde. Assim, a reclusa regressou a Tires, onde voltou a provocar desacatos: inundou a casa de banho da cela e defecou no chão.

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Agora, depois de a ministra da Justiça ter admitido que o caso estava “a ser analisado”, a reclusa foi transferida para a prisão masculina de Monsanto — o estabelecimento prisional de maior segurança em Portugal.