Luísa Proença, diretora nacional adjunta da Polícia Judiciária (PJ), acredita que há margem para a adoção de inteligência artificial nas forças de autoridade. Num painel na Web Summit esta terça-feira, dedicado à cibersegurança e infraestrutura digital da Europa, foi questionada sobre se faria sentido adotar “agentes de polícia IA”. “Claro, precisamos deles, não há outra forma possível”, respondeu.

Ou “agentes infiltrados para fazer o seu trabalho com IA ou outras tecnologias”, exemplificou quando questionada sobre os cenários de futuro no combate ao cibercrime. “Mas a IA vai ser certamente uma forma de lidar” com as ameaças, defendeu.

A diretora nacional adjunta da PJ considera que “tudo mudou muito na última década” no que toca à área da segurança. “Temos tecnologia para tudo, estamos na era da IA, que também está a ser usada para fazer ataques”, exemplificou. “As ameaças mudaram: já não é só a parte física, a necessidade de proteger as infraestruturas. É algo híbrido, as infraestruturas também estão mais tecnológicas. Temos de estar preparados para tudo”, resumiu.

Afirmou também que é preciso “mais investimento em inovação, trabalho com universidades e investimento em investigação e desenvolvimento” (I&D) para combater as ameaças digitais.

Luísa Proença falou na mesma sessão que Carlos Alberto Silva, co-fundador e gestor da capital de risco 33N, que investe em empresas de cibersegurança, e Gianni Cuozzo, fundador e CEO da Exein, uma empresa dedicada à proteção de dispositivos de Internet of Things (IoT), equipamentos que podem ser ligados à internet.

33N Ventures. Nova capital de risco tem 20 milhões no bolso e está de olho em startups de cibersegurança

Carlos Alberto Silva considerou que a defesa na área da cibersegurança é hoje “um jogo assimétrico” e um “contínuo jogo de gato e rato”. “Por cada tecnologia que surge existem vários vetores que podem afetar essa tecnologia. E essa tecnologia vai ser usada para fazer ataques mais sofisticados”, declarou. “Se atacar é mais barato do que defender… Estamos numa guerra.”