Foi detido em Cascais o traficante internacional Ygor Daniel Zago, também conhecido como Hulk. Com ligações ao grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), foi detetado pela Polícia Judiciária (PJ) após a emissão de um mandado de detenção internacional por suspeitas dos crimes de associação criminosa, corrupção e branqueamento de capitais.
Segundo o Correio da Manhã, Hulk, de 44 anos, e a mulher, de 40, foram apanhados num condomínio de luxo.
Ygor Daniel Zago já tinha sido detido em 2021 no Brasil, durante uma operação contra o narcotráfico em São Paulo. Na altura, também a mulher foi detida e foram apreendidos um Ferrari vermelho , um helicóptero, duas lanchas e duas motas de água, bem como um iate, detalhou a imprensa brasileira. A operação estava relacionada com a investigação a membros da família de Marcola, o líder do PCC. Foram ainda encontradas armas e munições.
Apesar de ter sido condenado em 2014 a uma pena de 29 anos por tráfico de droga, Hulk aguardava uma decisão judicial em liberdade. Foi aí que, segundo o Jornal de Notícias, enveredou por outra atividade criminosa em 2023: envolveu-se “no comércio de combustível adulterado com metanol, corrupção de funcionários públicos e ocultação de bens e fundos derivados dessas atividades ilícitas”, detalha a Polícia Judiciária em comunicado.
“A organização criminosa operava de forma organizada e estruturada, com uma clara divisão de funções, sendo que à frente da organização estava um dos elementos agora detido, responsável por tomar decisões relativas a todas as atividades da organização, emitir ordens aos subordinados e gerir os recursos financeiros do grupo criminoso”, indica a PJ.
Segundo o Jornal de Notícias, Hulk decidiu esconder-se em Portugal, aonde chegou em maio. Quatro meses depois, em setembro, juntou-se-lhe a mulher, mas a Polícia Judiciária detetou o casal. Na conta bancária da mulher, “foram detetados fundos ilícitos da organização criminosa, auxiliando assim na ocultação de bens e valores”.
“Além disso, foi apurada a titularidade de vários veículos de luxo, utilizados por outros membros da organização. Por estes factos, [os dois detidos] poderão vir a ser condenadas numa pena de 12 anos de prisão”, aponta a PJ. Agora, os dois irão ser presentes ao Tribunal da Relação de Lisboa, que deverá decidir sobre uma possível extradição.