Na madrugada de sexta-feira, os enfermeiros da Casa de Saúde de Santa Catarina, no Porto, ouviram dois disparos vindos do quarto onde estava internado, há poucas horas, para tratar de”surtos psicóticos”, um empresário e ex-presidente do FC Felgueiras 1932. Quando abriram a porta, encontraram a mulher do paciente atingida a tiro e envolta numa poça de sangue, ao lado do marido, também com ferimentos de arma de fogo no peito e a arma na mão.
O alerta foi recebido pelas autoridades perto das 3h, dando conta de um possível homicídio dentro do hospital que abriu recentemente as novas instalações e dedica-se à área da saúde mental, conta o Jornal de Notícias.
Quando os profissionais de saúde chegaram ao quarto, já nada havia a fazer para reverter o estado da mulher, tendo o óbito sido declarado no local. O autor dos disparos foi levado sob vigilância para o Hospital de Santo António. No momento em que foi baleada, a mulher estava a pernoitar com o marido no quarto onde este estava internado, depois de receber autorização do hospital para acompanhar o marido.
O casal estaria casado há 35 anos, avança o Correio da Manhã, e tem três filhos, todos maiores de idade. O suspeito é um empresário que nos últimos anos teve ligado ao desporto, tendo sido um dos sócios-fundadores do FC Felgueiras 1923, após a extinção do clube original por problemas financeiros. O homem esteve vários anos na presidência, mas já não desempenhava nenhum cargo na instituição, diz o Jornal de Notícias.
Com os irmãos, criou duas empresas com mais de cem funcionários nos setores da siderurgia e metalomecânica, a Irmatim e a Irmalex. Fontes ouvidas pelo Jornal de Notícias dizem que os problemas mentais do marido da vítima era conhecidos há algum tempo.
À Lusa, fonte da PSP admitiu que o suspeito, de 51 anos, disparou sobre a esposa, da mesma idade, e depois deu um tiro no próprio peito. Por tratar-se de um homicídio com arma de fogo, o caso passou para a alçada da Polícia Judiciária.
Ainda estão por apurar as circunstâncias que permitiram a um paciente ter acesso a uma arma de fogo dentro de um hospital, mas a Casa de Saúde de Santa Catarina revelou à Lusa que está a rever os seus protocolos de segurança e a inspecionar falhas.
“Os nossos profissionais seguem padrões rigorosos de atendimento, e esses protocolos estão a ser avaliados neste momento”, reconhecendo “grave incidente que resultou na morte de um paciente”.
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