A exclusão do consumo regular de feijão da dieta pode elevar a probabilidade de desenvolvimento de obesidade em até 20%. Esta correlação foi observada em um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

A pesquisa indicou que indivíduos que deixaram de consumir o feijão regularmente apresentaram um risco 20% maior de desenvolver obesidade. Adicionalmente, o risco de experimentar excesso de peso aumentou em 10% nestes indivíduos, em comparação com aqueles que mantinham o consumo do grão em uma frequência de cinco a sete dias por semana.

O feijão é reconhecido por ser um componente alimentar que contribui significativamente para a saciedade devido ao seu alto teor de fibras e proteínas. Sua presença na dieta é considerada um fator protetor contra o ganho de peso excessivo. Este alimento também é parte da tradicional complementaridade nutricional da culinária brasileira.

Estes achados sobre o feijão ganham relevância em um contexto de intensa busca por métodos de emagrecimento. No último ano, mais de 345 milhões de pessoas globalmente utilizaram aplicativos de fitness para buscar orientação sobre exercício e alimentação, conforme o relatório anual Fitness App Market, do Business of Apps. No mesmo período, houve um registro de 850 milhões de downloads de aplicativos.

Apesar da tendência de dietas restritivas que excluem alimentos básicos, a relevância do equilíbrio é defendida por especialistas. Renata Ikeda, idealizadora do projeto Fitlab, afirma que o objetivo é “quebrar esse paradigma” de que emagrecer implica na renúncia de alimentos apreciados. Ela defende que é “possível conquistar saúde e equilíbrio sem abandonar os sabores que fazem parte da nossa identidade”.

Segundo Ikeda, o diferencial da plataforma é fornecer ao usuário a “consciência do que ele realmente come, sem culpa, sem terrorismo nutricional”, resultando em uma experiência que ela descreve como “libertador”. A especialista reforça que o propósito não é “impor restrições, e sim ensinar equilíbrio”.

A manutenção de hábitos alimentares que incluem o feijão contrasta com a exclusão promovida por certas abordagens dietéticas. A inclusão deste alimento, dentro de um plano alimentar balanceado, demonstra ser um fator que auxilia na sustentabilidade alimentar e na prevenção do aumento descontrolado de massa corporal.

Os benefícios e o equilíbrio por trás do prato tradicional vão além do sabor. A combinação de fibras do feijão e carboidratos complexos do arroz promove digestão mais lenta e sensação prolongada de saciedade. A complementaridade nutricional entre arroz e feijão fornece proteínas de alta qualidade, e, como mostrou a UFMG, manter o feijão no cardápio tem efeito protetor contra o ganho de peso. A flexibilidade e a inclusão de alimentos culturalmente importantes aumentam a aderência e a sustentabilidade da dieta em longo prazo.